O primeiro salto alto a gente nunca esqueçe

Agora eu estava falando no telefone com uma amiga minha e ela me disse:
-A minha filha tá aqui na minha frente caminhando com meus saltos altos.
E eu lembrei da cena na hora.
Você lá em Bagé, com os sapatos da tua mãe, caminhando pra lá e pra cá na sala.
Caindo.
Toda hora.
Mas cheia de charme.
Não perdia a pose.
Risos.
Todo mundo lembra da cena:
-Elas vem caminhando, como se fossem uma girafa tentando se equilibrar em cima de quatro andaimes!
Ou alguma coisa pior, já que o equilíbrio demonstrado é algo aterrorizante.
Mas não caem.
Tá bem.
Elas caem algumas vezes sim.
Mas depois levantam correndo.
Como se nada houvesse acontecido.
E seguem na maior cara de pau.
Risos.
E a gente acha aquilo o máximo.
Aliás, pai sempre acha o filho o máximo em alguma coisa.
-Ah a senhora olha só o jeito que ele toca violão?
Ele não é perfeito?
Isso me lembra alguém!
Risos.
Más é bonitinho.
E depois quando a gente lembra como eu estou lembrando agora dá saudade.
Mas é gostoso.
Porque você viveu esse momento com ela.
E vai viver outros milhares.
E fazer a Carol uma menina muito feliz.
É tão simples.
Eu digo.
A vida é simples.
As pessoas que complicam.

Te amo filha!


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