Uruguaiana-São Paulo

Eu conheço São Paulo minha filha!
E acho que você também já conhece.
E é uma cidade linda, grandiosa, gigantesca!
E espero que você vá lá com a idade que eu fui!
Vinte e poucos anos.
E sabe como eu fui para lá minha filha?
De carro!
De Uruguaiana até Jundiaí, uma cidade do interior de São Paulo em um carro com um grande amigo meu daquela época.
E você ainda vai ouvir muitas histórias daquele gordinho.
Risos.
Toda nossa família sabe uma história dele!
Bom, mas voltando a viagem.
Saímos de Uruguaiana um dia de manhã cedinho, eu lembro disso, acho que era sexta de manhã..
Alegres! Contentes! Som a todo volume!
Só Rock and Roll!
Meu amigo tinha um Tempra Turbo!
Risos.
Acho que nem fabricam mais esse carro e já deve fazer uns 15 anos.
Quase dois mil quilômetros ate o destino final.
Dois mil!
Você tem ideia o quanto isso é longe?
Mas a gente foi!
Aos trancos e barrancos mas foi.
Risos.
Levamos não sei quantos dias para chegar, dormindo na estrada em hotéis ou dentro do carro.
Viajamos com sol, com chuva, de manhã, de madrugada, na noite escura.
Até que batemos o carro na estrada.
O meu amigo gordinho adorava correr e o velocímetro não baixava de 200 km/h.
O pai ia colado no banco segurando embaixo de tanto medo.
O motorista era maluco minha filha.
Até que em uma curva ele perde o controle do carro e a gente sai de lado...
Zummmmmmmmmm!!!!
-Plaft!
A sorte é que tinha um monte de brita ao redor da curva, eles estavam reformando a estrada, e batemos naquele monte de terra, cascalho e areia.
Isso amorteceu o impacto.
E fora o susto não aconteceu nada muito grande além de um amassado bem feio do lado em que o pai estava sentado.
Depois do susto a gente saiu do carro, rindo, e todo borrado de medo, lógico.
Risos.
Até que chegamos em Sampa.
E tudo é grande lá minha filha.
Avenidas e prédios gigantescos.
Engarrafamentos todas horas do dia.
Milhões de bares, cafés, boates e lugares legais pra ir.
Gente caminhando correndo de um lado para o outro.
Foi lá o local onde o pai foi pela primeira vez em um estádio de futebol.
Você sabe que o pai não se liga muito em futebol.
Mas o meu amigo gordinho era palmeirense fanático e assim lá foi o pai, no meio da torcida mancha verde, que ainda existia na época, assistir a um jogo no estádio do Palmeiras contra um time argentino que eu nem lembro o nome.
O estádio estava meio vazio.
Mas lembro de uma senhorinha que devia ter perto de cem anos, toda paramentada, com camiseta, bandeira, e almofada do palmeiras, sentada do meu lado comentando o jogo.
E eu esperando achando que ia ter algum comentarista para narrar o jogo tipo a gente ve na televisão.
Lol.
Agora entendi porque as pessoas levam aqueles radinhos nos jogos.
Risos.
Fui no Play Center também.
Dezenas de brinquedos e diversões que eu ia adorar experimentar com você.
Fui até na caverna da branca de neve, onde a gente passa pelos anões em um barquinho.
Risos.
E o pai ainda foi no dia do Hallowen!
Então a cada passo que dávamos, e foi escurecendo, apareciam criatura fantasmagóricas para nos assustar.
Vou ver se acho as fotos e colocar aqui para você ver.
Tirei foto com os caçafantasmas, com bruxas, com a família Adams e muitos outros.
Espero que um dia possa te levar lá pois adorei aquele parque!
Entramos de penetra numa festa no Joquei Clube de São Paulo também, e essa é uma história que eu vou te contar outro dia pois é muito legal, eera chique demais, tinha até o Amaury Junior filmando e entrevistando as pessoas lá.
Conheci e dirigi por aquelas avenidas imensas com cinco ou mais pistas e túneis e milhares de placas indicando o local e mesmo assim eu consegui me perder.
Pra variar.
Risos.
Conheci Shoppings e lojas maravilhosas.
Vi o Tietê poluído (infelizmente).
Mas também vi muita coisa bonita.
E fui super bem tratado na casa do gordinho!
A mãe dele era coisa mais querida do mundo e me tratava tipo filho sabe?
Espero que você conheça pessoas assim na tua vida minha filha.

Fiquei lá quase três semanas.
Fui para ficar dois dias.
E depois voltamos para casa.
Passamos na casa da vó e do vô em POA.
E de lá seguimos de novo pra Uruguaiana, abaixo de uma chuvarada imensa.
Ah, pra terminar a viagem e a história eu tenho que te contar que meu amigo gordinho esqueceu de colocar gasolina no carro.
E assim, faltando uns cinquenta quilômetros para chegarmos em Uruguaiana ficamos sem gasolina.
De noite.
Na Estrada deserta.
Sem sinal de celular.
Eu queria matar ele.
Risos.
Mas aí a gente conseguiu uma carona até o posto da Queimada que na época ainda existia
E de lá conseguimos uma carona de volta até o carro com um caminhoneiro.
Até chegarmos em casa, são e salvos.
E felizes!
E essa foi uma aventura legal.
Te amo filha!



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